03 fevereiro 2009

A incrível história do cachorro Tide!


Fomos até a Rua Hellmutt Goll, Bairro Progresso, após uma denúncia recebida no Setor de Zoonoses, da senhora Elvira que clamava pela vida de seu amigo Tide, um cão de rua que ela alimentava e que estava sendo ameaçado por seu antigo dono. Quando lá chegamos, perguntamos onde estava o cão e ela disse que ele estava no galpão que havia adotado como abrigo, próximo dali. Chamando-o pelo nome bem alto, de repente avistamos Tide, vindo em nossa direção, com as orelhas empinadas. Um cão preto, com o peito branco, de porte médio para grande, olhar astuto.

Observamos um pote de água e outro de comida na calçada, que a senhora deixava todos os dias para ele. Ele estava magro, porém ela relatou que ele já tinha recuperado um pouco do peso que havia perdido. Segundo relato de dona Elvira, o “dono” de Tide, Sr, Apolinário, resolveu que não queria mais o cachorro e simplesmente parou de alimentá-lo. Tide começou a minguar e com piedade, ela que já havia recolhido e adotado tres cães, começou a cuidar de Tide, porém deixando-o na rua, após tentativa de colocá-lo dentro do cercado, e “ter dado briga” com os outros cães. Um dia ela notou que Tide havia sumido.

Questionando Sr. Apolinário, “dono” do cão, o mesmo disse que havia doado Tide para uma família longe dali. Numa madrugada, após aproximadamente 40 dias, esta senhora acordou com os latidos de Tide. Quando abriu a janela de sua casa, quase não o reconheceu. Havia emagrecido tanto, que as costelas estavam aparentes. Parecia acabado, segundo ela. No mesmo instante, deu-lhe comida, que foi devorada, e conta que ele tomou um pote “de sorvete” inteiro de água, tamanha a sede.

Desnutrido, Tide começou a recuperar-se com os cuidados desta senhora, porém sempre do lado de fora do cercado. Ela não sabe como, mas Tide havia conseguido voltar sozinho. – Parecia que ele estava voltando de uma guerra, comenta a senhora. E realmente estava. Conforme descobriu mais tarde, o antigo “dono” do cão, não havia doado o mesmo para família alguma. Havia sim, o abandonado numa rua bem distante dali. E o cão começou sua empreitada em busca da amiga humana, e conseguiu encontrá-la, anunciando sua chegada.

A preocupação desta senhora agora, era que o “dono” de Tide havia prometido que iria matá-lo, porque ele havia voltado. Com muita afeição pelo cão, ela foi em busca de ajuda. Final feliz: levamos Tide para uma clínica, onde ele foi castrado e logo adotado por uma família muito especial que mora num sítio, onde hoje Tide pode correr solto, tem abrigo, atenção e alimentado todos os dias.

A Posse Responsável dos animais

O homem há muitos anos elegeu seus animais domésticos, tirando-os de seu ambiente natural, a selva, onde eram capazes de caçar e sobreviver sozinhos. Após domesticá-los, o homem tornou-se automaticamente responsável pela sobrevivência deles, ou seja, dar-lhes alimento, abrigo, afeto e tudo que necessitam receber e não têm condições de conseguir por si mesmos. Porém, o homem não estava preparado para tanto. Desde então, no mundo todo, o homem se serve destes animais, seja para sua companhia, e até para seu sustento, quando resolveu criar novas raças e comercializar os animais. Toda pessoa, antes de adotar um animal de estimação, deve pensar seriamente sobre esta atitude. Infelizmente não é o que acontece. A maioria das pessoas adota ou compra animais por impulso. A partir do momento em que se opta por conviver com um animal doméstico, têm-se um compromisso ético de manter o bem-estar do mesmo.